domingo, março 04, 2007
Vou, sim… preciso ir… ‘Não te vás…’ – pedias angustiado…
Flutuei por instantes na magia daquele abraço em que renascemos amor… para logo aterrar numa linha imaginária de partida não desejada, porém necessária, com a dor a marcar compasso numa escolha que nunca quis, antes me foi imposta por um fado que não é meu…
Como explicar-te que vou, sim, porque preciso ir e não para te magoar ou agredir?...
É que não sei amar aos bocados, por agenda ou marcação, nos intervalos de outra vida, em caminhos paralelos…
Preciso sentir o amor na sua inteira dimensão em todos os momentos de ternura, de paixão, de loucura e emoção partilhados no espaço de um olhar de alma, no bater uníssono de dois corações, de mão na mão, sem algemas ou grilhões que sufoquem o meu respirar…
Não sei andar aos tropeções, entre angústias e decepções, arrastando a alma pelo chão…
Preciso acertar o passo no caminho da felicidade, este que parte de mim e não existe em mais nenhum lado, que não depende de ti nem de ninguém mais que não eu mesma e que só eu poderei abrir com a força do meu sentir…
Não sei amargurar Vida em tristezas e lamentações, caída entre os pedaços dos sonhos que vão morrendo…
Preciso de sorrisos e alegria, preciso de seguir em frente, em todos os sentidos de mim, verso do ser no reverso da alma que me fugirá se parar, porque parar é morrer e há muito ainda por viver neste caminho atribulado em que recuso deixar-me cair…
Não sei ajudar quem renega auxílio, preciso de sentir que fiz Bem, que suavizei as penas de alguém e lhe tornei mais leve o fardo… preciso sentir que contagiei ternura e força de vida, que espalhei sorrisos entre lágrimas, que renovei esperança na magia de um afecto puro…
Não sei arrastar-me entre sombras, preciso da pureza da Luz, da transparência do Mar…
Preciso de respirar serenidade e harmonia… Preciso ouvir o bater do meu próprio coração soando melodias de paz a encantar a alma que me fugiu…
Como explicar-te que me vou não porque quero, mas sim porque tem que ser?...
Amo-te além vida em todos os tempos de mim…
Mas preciso ir, ainda assim…
(imagem recolhida online)
Rabiscado por lua
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