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terça-feira, fevereiro 20, 2007
Queda brutal... Ouviu-lhe as lágrimas,
caíndo mansas na alma molhada de dor…
Quis estender a mão numa carícia,
mas esta encolheu-se na mágoa
do sonho que ele deixara morrer
e suspendeu o gesto
contra a vontade que lhe batia
no peito já cansado de respirar tristeza
nas incertezas de uma vida que não queria sua
por não saber mover-se entre as sombras
dessa outra vida moribunda de felicidade,
anoitecida de sorrisos…
Emudeceu no ‘adeus’
que quisera jamais ter pronunciado,
calou o beijo entre os lábios enlutados de partida
e saiu fechando sobre ele a porta
da esperança em que desesperara noite após dia,
contando do amor as gotas na saudade que a consumia…
Afastou-se procurando Luz de um novo dia…
Do fundo da noite que lhe obscurecia o caminho
chegavam-lhe os ecos daquele lamento atormentado
crescendo desespero em cada lágrima caída
no passo em que atropelava angústia...
Sentiu rasgar-se a réstea de força
que a sustentara na partida
e abafou numa lágrima o grito aflito
que lhe fugia da alma perdida...
Correu para ele
na ânsia de amparar o desespero
que lhe escorria no lamento,
de salvá-lo de cair
naquele abismo de infinita dor,
segurou-lhe a mão na carícia
que suspendera...
mas tropeçou no passo
do seu próprio sofrimento
e sentiu fugir-lhe o chão...
E ele, ao vê-la cair, sorriu...
e largou-lhe a mão...
(imagem recolhida online)
Rabiscado por lua 
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