Guerreira solitária...Para que queres a minha força
se não sabes – ou não queres – fazê-la tua
e renascer vida em toda a energia que contém… ?
Tirei-a de mim para te dar,
por sentir que dela necessitavas e
te poderia ajudar…
Não ta dei para que a desperdiçasses
e se a não queres, devolve-ma,
porque há outras pessoas
a precisar dessa força
muito mais do que tu
e melhor destino saberão dar-lhe…
Para que queres a mão que te estendo
se quando me sentes esgotada
da força que me levaste
és tu mesmo quem a larga,
ignorando a queda em que me lançaste…?
Estendi-a para te segurar,
para ajudar a impedir que te afundasses sem remissão
nesse abismo atormentado
que tem sido o teu viver…
Não ta dei para que contigo me arrastasses
e a abandonasses a meio cair,
nem para que a apertasses
e lhe esmagasses a sustentação…
Para que queres a minha Luz
se insistes em soprá-la
com a violência desses ventos
de silêncio e ausência
em que a sentes estremecer…?
A ti a ofereci
para que clareasse teu caminho
e te servisse de guia
nos momentos de desalento…
Não ta ofereci para que em vão a apagasses
e escurecesses os dias dos meus dias
nessas tormentas
em que te perdes de ti e de mim
e desorientas o rumo ao teu passo
no caminho atribulado
em que deixas a angústia crescer noite
sem estrela que lhe guie a manhã…
Para que me queres a teu lado
nessa guerra que não travas,
desarmado de ti mesmo…?
Pelejaria a teu lado sem qualquer hesitação
brandindo força e valentia…
Mas não poderei lutar por ti
em batalhas que não são minhas,
com armas que não posso empunhar
porque são tuas e só tu as poderás manejar…
Nem poderei morrer contigo
entre os despojos dessa guerra
que desististe de ganhar
e em que deixas definhar
aqueles seres inocentes
que deverias proteger,
cuidar, acarinhar…
Para que queres o meu Amor
e o meu sorriso
e o meu siso…
se teimas em desacreditar
todas as crenças que há em mim…?
(imagem recolhida online)